Era uma vez, em setembro de 2011, uma pescaria no Paraná...
Aproveitando uma viagem para visitar os avós, marquei uma pescaria de robalo. Era a chance de conhecer um pescador gabaritado, aprender "as manhas" e pegar um robalo na catiguria.
Levei uma Sage Xi2 #8, um verdadeiro taco de sinuca. É uma boa ferramenta para minhas pescarias de dourado no MT (andinão, linha sinking...e braço), mas perde-se o feeling numa pescaria tão técnica quanto à do robalo no mangue.
Aprendi o tal do fly meio na marra: Fiz um curso em SP, comprei um equipo baratex e ficava viajando na batatinha num campinho ao lado da república no tempo da faculdade.
Como não havia ninguém na cidade pra falar do assunto, adquiri um monte de vícios. O primeiro foi o tal do não saber arremessar com o vento lateral, o resultado foi mudar de mão. Sendo assim, se venta ou se estou pescando com um companheiro dentro do barco e ele está no lado direito, passo a arremessar com a esquerda (vai que o cara não curte a idéia de brinco...). O grande problema é quando pego essas cañas pesadas, linhas sinking...é óbvio que a mão esquerda não tem a mesma habilidade da direita, e o arremesso fica meio "29 - 30", "sambanga".
" E O QUE ESSA BABOSEIRA TODA TEM COM O REVIEW DA SCOTT ????"
"Carma"
Nessa pescaria no PR, o cara tinha levado uma Sage Bass (release II...rs). Lá no final da pescaria, o maledeto já tinha sacado que os arremessos estavam deixando a desejar e ofereceu para teste: Fiquei impressionado, equipamento leve, curtinha e arremessava que era uma beleza. Troquei de mão e o negócio continuou bacana.
Na volta da pescaria, na rodovia eu já vinha matutando: Aquele canicinho pra pescar peraputangas na corredeira ia ser show.
A merda estava feita. Algumas "oncinhas" iam virar equipamento de pesca.
Fiz o compromisso, comigo mesmo, de vender algumas tralhas paradas e aí sim comprar a tal Sage Bass.
"Pqp....não era causo da Scoti???"
"Carma!!! Eu num acabei de conta o causo"
Vendi a tralha parada e comecei a negociar a varinha.
Num dia, o dealer publica a foto de uma Scott WW no seu blog e fala algumas poucas palavras, bastou para eu ficar na dúvida: Sage Bass ou Scott WW ???
Mandei um email perguntando do equipo e só ouvi coisa boa, a única coisa que me desagradou foram as últimas palavras: "Scott não fabrica mais ela. Vou checar se ainda tem alguma coisa na fábrica..."
Fiquei na fissura, rezando pra São Pedro, fazendo promessa...
O tão esperado email chegou e o negócio foi feito: Scott WW Special 806/3.
Meses e meses de espera. Neura total. Li de tudo que tinha que na net sobre o caniço (pra quem tem vontade de adquirir uma bass rod: http://www.flyfishohio.com/Bass_Rod_Review.htm ).
O que vale chegar na festa, e já sair com a mais bela ??? Nada!!!
O gostoso é a adrenalina, rock total, aquele "será que vai dar merda ou ela vai topar???"...e não foi diferente com o caniço.
Na semana da entrega, pescaria marcada e nada do equipo chegar dos States, e só coisa ruim acontecendo: Erro na postagem, tia Dilma segurando carga...
Moral da história: Cerquei o carteiro aos 45 do segundo tempo!!! Maior luta pra liberar a encomenda!!! No final tudo certo...Obrigado, Papai do Céu. Quem tem padrinho não morre pagão.
"Caboclo, ocê vai ou num vai falá do caniço??? Tô indo imbora..."
"Vou!!! Se assenta aí e matuta o desfecho!!!
Abri o embrulho e já fiquei impressionado com o tubo de proteção. Alumínio com um tratamento superficial sinistro, algo parecido com epoxi. Nada de tampa com zipper e sim um belo trabalho de torno, com direito a recartilhado.
O pano de proteção com o logo Scott bordado foi o top.....ADOREI
Varinha bonita, sem pintura, passador estilo salt water, reel seat fosco, fighting butt...um equipamento com cara de águas brasileiras.
Para a pescaria-test drive o conjunto pra casar com a Scott:
Carretilha Hardy Ultralite 6000DD (balanço extremo com a WW Special!!! "Felomenal");
Linha Royal Wulff TT Bass #7;
Líder de 8 pés (0,45 - 0,40 - 0,35mm ; tippet de fluor...esqueci a bitola);
Mosca: Pera´s Hopper http://i205.photobucket.com/albums/bb108/Cuiabano/ch002.jpg by EU.
A varinha é literalmente PROGRESSIVA. Nada de taco de sinuca!!! É algo como: "Tá querendo mais baby??? Então toma!!!"
Quanto mais se pede do blank mais a danada trabalha.
O taper associado aos 8 pés mata à pau o quesito precisão. Colocar a mosca lá dentro do saran não é mais missão cracolândia.
Na ferrada, a Scott mostra que tem punch e segura legal. Quando o bitelo cisma em muntá numa bicicreta sem frei e sai rasgando braquiara adentro, a WW Special trabalha suave!!! Nenhum tippet arrebentado!!!
Já dizia aquele doido que quanto menor a massa, menor a inércia. E não foi aí que a física falhou: Os 8 pés ajudam demais no pick up. Nada de ficar fazendo false cast, o que pega peixe é mosca na água.
Pra quem pesca embarcado é normal cruzar a caña no barco para trocar de isca ou fazer algum reparo (apoiando a rod entre as duas bordas da embarcação), mais um ponto pro fighting butt. Nada de carretilha pra fora da canoa.
Três partes: Suficiente!!!
União das partes: O tal do ESPIGÃO.
Fiquei meio encabulado entre haver um espaço entre as partes, aquela imagem de uma lacuna...mas depois de um dia inteiro de pescaria numa lua de 40°C as partes ainda estavam extremamente firmes. Na hora de desmontar, não houveram aqueles emperramentos que enchem o saco no final da pescaria. Saiu na tranquilidade.
Trem esquisito: num solta mas é fácil desconectar.
Nota 10 pra esse tipo de união.
Enfim, essa Warm Water Special é o "ó" do borogodó, o bixo da goiaba, a última bolacha do pacote...tudo de bom.
Quem tem, tem e quem não tem...??? Salci fufu!!!
Na seriedade:
Não sou flyfisherman Sage-Gloomis-Scott-Winston...pro staff fodão. São impressões de um leigo.
Se você está querendo adquirir bom equipamento e realmente quer sanar dúvidas técnicas, procure um bom profissional.
Esse blog tá mais pra literatura de cordel.
Hasta luego!!!
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